Que título a pôr ?

Depois de passar alguns anos (ainda foram mais de 4) com a fama de mentiroso compulsivo, e este impropério foi dos mais suaves (sem pôr em causa justiça ou injustiça, de quem os proferiu) dou por mim a ter um fim de semana de trabalho indo também servir de cicerone.


Pensar no passado tem a ver com o facto de NUNCA ter tido este tipo de situação para com a entidade patronal á qual estou ligado e que me permite viver dentro da normalidade de qualquer quadro médio País. Consigo ultrapassar com alguma normalidade as contingências do mercado onde estou inserido, porque conheço e me preparo também para isso.

Este “novo” mercado é totalmente desconhecido e a empresa onde estou não é uma referência no que diz respeito a novos projectos. Como vou abordar as dúvidas com o individuo que é o socio local? Como lhe vou falar, fazendo parte de uma estrutura perfeitamente legal, da corrupção que existe no seu País? Da criminalidade e da insegurança nas ruas daquela cidade e das deslocações pelo País? Vai ficar ofendido?

No fundo até acho que esta preocupação de 3 dias (tempo proposto pela administração) se vai desvanecer e irá desembocar em grande parte na vertente comercial. O que não vai desvanecer e me impediu de dormir foi a proposta feita em sigilo e com pedido de confidencialidade até ser transmitida oficialmente, seria possível dizer não? Quanto tempo vou estar fora ou de quanto em quanto tempo venho a Portugal? Como vou aguentar as saudades? Como vou aguentar a ausência de quem amo? E eles?

Esta é a decisão correcta, e foi pensada em termos de evolução profissional, ou foi uma boa desculpa para carpir mágoas e esquecer? Ou fugir de um futuro que foi interrompido e querer construir outro?

Nos primeiros minutos senti-me bem, muito bem mesmo, agora sinto que ganhei mais alguma tristeza a juntar á que já tinha.

Sinto também aquele nervoso miudinho que temos quando estamos apaixonados ou que tem alguém imaturo (desculpem, esta “boca” era para o outro Blog, mas não resisti) e que nos deixa sempre como se andássemos no mundo da Lua. A ver vamos, e a bem da verdade se sempre apregoava que queria mudar a minha vida, pois aqui está.