sábado, 15 de setembro de 2012

Estado de Alma

Saio de Lisboa depois de uma semana a levar com um puto mimado chamado Tristiano Ronaldo, que está triste pelos milhões que ganha e tem mais uns quantos milhões de burros que escrevem e discutem sobre isso mesmo. Sexta-Feira, um primeiro ministro igual a tantos outros que já tivemos, dá a machadada final na tristeza que ia num crescendo em milhões de Portugueses.
Merda de gente que somos por não nos revoltarmos, vamos para as redes sociais dizer mal, e as conversas com os amigos é sobre a tristeza de um inculto que ganha milhões ou de um qualquer que se divorciou da outra e está com aquela, que por sua vez deixou o outro que foi fotografado na festa tal com a não sei quantos...

Não gosto de despedidas, emociono-me. Muito. Gosto do perigo, do risco, mas na hora da verdade tenho coração de manteiga.

É este o espírito com que saio do meu País. Triste e com saudades de quem deixo para trás, de quem amo.

Olho para a quantidade de crianças que vão no voo, vão começar as aulas na Escola Portuguesa em Luanda e tento imaginar qual o seu sentimento, estarão tristes pelo País que deixam? Observo os pais e tento perceber o mesmo. Não me parece, até acho que sentem alivio.
Penso como era bom estar com a família toda, a caminho de um novo destino. Não necessariamente este, simplesmente um novo destino e sentir a alegria daquelas crianças e dos seus pais.
Estou cansado de olhar para trás e ver o que perdi, não o que eu perdi mas sim o que me roubaram em nome de um País melhor, de uma vida melhor. Não nasci no País certo.

Aterro e sinto o cheiro. Não sei explicar a atracção que este cheiro me provoca. Rostos conhecidos á espera e novamente metido no transito infernal, na insegurança que se entranha na cabeça e faz o corpo estar em alerta permanente.
Cheguei.
E esta tristeza não me sai, não me abandona.
E já sinto saudades, muitas.

1 comentário:

Anónimo disse...

foi há dois anos. 365 x2. foi há dois anos.